Música - Entrevista: Gus & Vic falam sobre o disco de estreia "Savana"
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Entrevista: Gus & Vic falam sobre o disco de estreia “Savana”

Juntos desde 2013, o duo carioca Gus & Vic se conheceram na melhor das hipóteses: em um karaokê. A história que tinha tudo para ser de um High School Musical, tomou novos rumos em 2016, quando o casal engatou de vez na música e lançaram de lá para cá, diversas músicas e clipes, em sua maioria, todas canções autorais.

Eis que, na última sexta-feira (06), saiu finalmente o primeiro filho fonográfico do casal, “Savana”. O disco de estreia conta com 12 canções, sendo algumas já conhecidas do público, como “We Know” e “Sixteen”.

Em um bate-papo com nós do Culturológica (YAY), a dupla contou um pouco do desenvolvimento do disco e as pretensões para o futuro:

Culturológica: Antes de tudo, de onde veio a inspiração para colocar “Savana” como nome do disco de estreia?

Gus & Vic: Nossas canções são diversas e compõem um quadro que imprime muitas características. O ambiente da Savana também traz um equilíbrio importante de vida e renascimento, ainda que estampe uma ideia inóspita ou pouco fértil. Na Savana do mundo das ideias é que encontramos nosso norte e sul. Na folha em branco, no descampado. É ali que encontramos espaço para florescer.

Culturológica: O disco contém 12 faixas, porém, apenas duas são em português. Vocês acreditam que o fato do CD ser predominantemente em inglês irá ajudá-los a obterem maior reconhecimento nacional e talvez internacional?

Gus & Vic: Não pensamos na língua como uma barreira ou algo imutável e definido. A escolha do idioma de cada canção depende muito do que queremos passar com ela, assim como sua energia e a história que queremos contar, por isso variamos nas composições. Temos várias personalidades e cada uma tem uma maneira de se expor através das músicas. Sobre reconhecimento, acreditamos que este depende da conexão que o público terá com as histórias, com a interpretação e o amor que imprimimos em cada faixa.

Culturológica: Ao ouvir as canções, é perceptível a quantidade de ritmos ao longo do disco: country, folk, pop, rock, indie rock, MPB , jazz e até mesmo uma sonoridade anos 80. Vocês conseguem classificar o trabalho em apenas um gênero?

Gus & Vic: O gênero que mais tem sido mencionado em relação ao nosso som é Indie Pop. Mas não temos apego a estes rótulos. Somos plurais e gostamos de todo tipo de música. É natural para nós desenvolver nossa carreira sem amarras. A única amarra possível é criar, através de nós mesmos.

Culturológica: Poderiam citar algumas artistas que influenciaram na formação do trabalho?

Gus & Vic: Temos influências bem diversas e repertórios musicais bastante complementares, por serem tão diferentes. As faixas que escrevemos juntos são uma junção de nossos universos, como “We Know” e “Promise”, por exemplo. Não tivemos em mente artistas específicos ao longo da produção, mas sem dúvidas tudo que gostamos se faz presente em nós. De Black Keys a Michael Jackson e Hyatus Coyote, todos estavam presentes conosco.

Culturológica: Uma das faixas que nos chamou a atenção é “Sixteen”. Esta música fala sobre um relacionamento iniciado na escola. A história que a canção narra é verídica? digo, realmente aconteceu com algum de vocês?

Gus & Vic: “Sixteen” foi minha (Vic) primeira composição e mescla diversas histórias que aconteceram comigo ao longo da vida. A canção fala principalmente sobre como às vezes sentimos falta de um determinado período, como a adolescência neste caso, porém na realidade sentimos falta de nós mesmos naquele momento de ingenuidade e menos compromissos. “Sixteen” conversa intimamente comigo e com tudo que vivi nos últimos dez anos.

Culturológica: Há na tracklist do disco, uma interlude, “Savana Fleur”. Como foi o processo de criação desta música, que além de não ter vocais, leva o nome do disco também?

Gus & Vic: “Savana Fleur” é fruto do imaginário que construímos após uma viagem de um mês para o Japão. Gravamos o instrumento asiático Erhu através do Garage Band e sentimos que a faixa seria essencial para contar a história que gostaríamos de passar com nosso álbum. Ela se coloca de maneira suave ainda que poderosa entre duas pérolas do disco, “Lonely Night” e “Open Door”.

Culturológica: O CD não possui nenhuma parceria com outro artista. Isto foi decidido desde o começo ou vocês tentaram alguma colaboração que não deu certo?

Gus & Vic: O primeiro desafio de “Savana” foi determinar como seria o nosso trabalho junto, enquanto dois compositores de repertórios e influências bastante diferentes. Além disso, a quantidade de material que produzimos acabou sendo um fator decisivo na hora de coordenar as nossas próprias participações nas faixas. Há músicas que Gustavo canta sozinho, outras que eu canto e ele toca, outras que cantamos juntos… Nosso próprio trabalho enquanto dupla já tem sabor de participação especial e parceria. De qualquer forma, este é sem dúvida um plano para nossos próximos passos.

Culturológica: Há artistas brasileiros ou internacionais que vocês desejam colaborar?

Gus & Vic: Estamos viciados no trabalho d’O Terno e Tim Bernardes. Sem dúvidas, seria uma honra também trabalhar com Criolo, uma de nossas grandes inspirações, e as magníficas musas Xênia França e Letrux. Mac DeMarco e Kevin Parker seriam nossas ambições internacionais. Menção honrosa para Kendrick Lamar.

Culturológica: Agora que o trabalho já se encontra disponível, qual o próximo passo? lançar novo single? entrar em turnê?

Gus & Vic: Estamos em processo de gravação de novo clipe e em 05/05 iniciaremos os shows do álbum com o grande lançamento no Teatro Solar de Botafogo, no Rio de Janeiro.

Culturológica: Para finalizar, não podemos deixar de tocar neste assunto. Recentemente a dupla Alex & Sierra, vencedores do reality show X-Factor, terminaram o namoro. Assim como o relacionamento, a dupla também se separou musicalmente. Vocês já pensaram, caso ocorra o término, vocês seguiriam a carreira musical ainda juntos?

Gus & Vic: Temos contratos e muitos advogados assegurando a continuidade do trabalho mesmo em caso de divórcio. Mentira, nunca paramos para pensar nisso. Temos tanto trabalho que não dá tempo de conjecturar muitos cenários.

Ouça abaixo o disco da dupla:

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